marcelo.eletrotecnico escreveu:Lendas à parte, eu também não acredito que o HHO pode economizar alguma coisa, uma vez que a idéia do combustível produzido no próprio carro usando energia do mesmo seria a mesma idéia batida que todo calouro de engenharia pensa, que é a ideia do gerador perpétuo (que alimenta o motor que por sua vez movimenta o próprio gerador) e que todo mundo sabe que não tem sentido. Talvez até desse algum resultado, se a geração fosse grande com uma corrente baixa e alimentada por uma bateria separada que fosse carregada em casa (na tomada). Porém, já é de conhecimento de todos, os benefícios do HHO na redução da poluição.
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Quem compara HHO com moto-continuo pode ser de 3 tipos: O primeiro é um cara iniciado em ciências que sabe ser impossível criar energia do nada e não gosta do HHO, precipitadamente fazem a comparação e acham que fecharam a questão, sem se importar com a verdade. O segundo é uma pessoa desinformada cientificamente é que gosta do HHO e só consegue ver nessa explicação um motivo para isso funcionar. O terceiro, não tem a inocência do segundo e nem a arrogância do primeiro, mas não descobriu o que realmente foi proposto com a “adição de hidrogênio na combustão”, então tem perguntas, está tentando entender se o primeiro tem razão ou se alguma coisa escapou para os três.
Eu diria que alguma coisa escapou aos três, não tem nada haver comparar moto-continuo com HHO, ou como eu prefiro chamar, “adição de hidrogênio na combustão”.
Você fala que o HHO melhora as emissões, mas qual são as emissões ruins? Como o HHO poderia melhorar essas emissões?
Uma das emissões nocivas são os NOx(s), produtos da combustão do nitrogênio com o oxigênio, tem várias moléculas diferentes compondo esse grupo. Elas são geradas quando o nitrogênio fica sob altas temperaturas na presença do oxigênio. Para diminuir isso, ou tu diminui a temperatura da combustão (difícil dentro do motor), ou diminui o tempo que o nitrogênio e oxigênio ficam juntos em altíssimas temperatura. Dizem que o HHO faz esse último, diminui o tempo de exposição do nitrogênio e oxigênio a altas temperaturas.
Se isso for verdade, isso significa que o avanço do motor foi diminuído, porque o tempo de queima da gasolina para chegar ao seu ponto de maior pressão quando estiver em 14° após o PMS foi diminuído, então, consequentemente o avanço do motor foi diminuído também. Resumindo, a combustão da gasolina foi acelerada pelo hidrogênio.
A situação anterior, logicamente leva a economia de combustível por reduzir perdas no processo de compressão da mistura. Dizendo de outra forma, dica difícil não se ter redução de NOx sem alguma economia.
Outra emissão nociva, são os restos de combustíveis não queimados. Isso pode acontecer por uma mistura rica, onde não existe oxigênio suficiente para queimar todo o combustível, ou por uma queima lenta, onde mesmo na presença de combustível não houve tempo suficiente para queimar todo o combustível. A adição de hidrogênio vem justo para melhorar a segunda situação, diminuir o tempo de queima e dar ao combustível a oportunidade de se queimar por completo. Claro que se a mistura for rica não tem hidrogênio que vá dar jeito nisso.
A situação anterior, logicamente leva a economia, pois se sobrar combustível sem queimar, então tu jogou fora parte do combustível e o carro consome mais à toa. Ao evitar esse situação, o hidrogênio promove alguma economia também.
Outra emissão terrível é o monóxido de carbono (CO). Para haver monóxido de carbono no fim da combustão, significa que o carbono contido na gasolina não se queimou por completo para formar dióxido de carbono (CO2). Novamente, por permitir uma queima mais rápida, que leva a uma queima completa de uma mistura não rica, o hidrogênio evita, também, a emissão desse gás, que inclusive ainda é um combustível.
A situação anterior, logicamente leva a economia, pois se não sobrar monóxido de carbono, que ainda é um combustível, então mais energia foi gerada no motor que estaria perdida com a emissão do desse gás.
Por último, tem a emissão de dióxido de carbono (CO2). A combustão completa da gasolina, onde toda a energia contida na gasolina foi liberada, só gera de emissão dióxido de carbono e água (sim água). Ninguém se importa com vapor d’água saindo dos canos, ninguém nem nota, mas se faz o maior reboliço com o dióxido de carbono. Infelizmente, para reduzir essa emissão, só reduzindo a quantidade de gasolina queimada. Se o hidrogênio foi bem sucedido nos quesitos anteriores de diminuição de emissões, então teu carro tem mais poder por menos gasolina queimada, tai a redução da última emissão, logicamente.
Percebeu que não existe redução de emissões sem economia e vice-versa, logicamente falando é claro.
Como sair dessa enrascada lógica? Afinal, o HHO faz tudo que promete ou não? Porque há quem diga que ele gera economia, mas não diminui as emissões? Porque há quem diga que ele reduz as emissões, mas não provoca economia?
Só te digo uma coisa: Não compare HHO, ou melhor dizendo a “combustão auxiliada a hidrogênio”, com moto continuo, porque tu não fica mais inteligente e só se embola mais, está errado quem faz isso, seja para justificar, seja para condenar, o HHO.